31/03/2010

É isso..

Assim que o dia amanhecer no mar alto, nosso e da nossa paixão,
Esqueceremos tudo o que há na terra e estaremos em lugar nenhum, sentindo apenas...
Há quem diga que amar é um deserto, sem saber-se como se retornar, mas nós queremos apenas ser felizes desaguando como o mar, alma com alma...na praia ancorâ da nossa felicidade.

" Só já sei viver se for por você"

Desagua em mim que eu sou o teu oceano, sou a foz do teu rio; o vale da tua enxurrada...

30/03/2010

Alpendre do diálogo


Dois velhotes entrelaçados num longo diálogo de recordações, num duo de uma vida, histórias de alegrias e tristezas; infortúnios e felicidades... Pele enrugada de vivências e traços de dualidades trilhados em par...
Porque o que torna o amor especial é sem dúvida a companhia que se deseja permanente, a divisão constante de sensações,o amparo na caminhada da vida olhando para a nossa meia laranja e sentindo sem saber sequer explicar...
Encontramos o amor num alpendre da vida com a sombra refrescante do passado que ambos construíram, vislumbrando o terno pôr-do-sol que aquece os corações, a brisa a ventar as sensações... misturando em apontamento final a dança das mãos que se entrelaçam e acariciam fazendo acompanhar o simples mas magnífico diálogo que acompanha a sua história de amor desde sempre e que a torna infindável...

25/03/2010

O PRESENTE É O PRINCIPIO DO RESTO DO NOSSO FUTURO.

Hoje estou aqui,podia estar ali ou acolá. Na latitude especifica ou no meridiano de greenwich, sobre uma rosa maçónica vislumbrando as pirâmides fecundas de Paris ou deliberando o enigma da criação nas ilhas Fiji.Quiçá?
No presente espacial estamos às vezes onde não queremos, no presente mental voamos por onde nos aprouver.Vagueando leves pelos lugares que desejamos, sobre os objectivos que ambicionamos.
Estou aqui olhando uma fonte de luz que me leva ao país encantado onde as flores do campo são gigantescas...viajo no dorso de um gato pachorrento cor de mel e onde a perspectiva me leva a descobrir a beleza das coisas pequenas que agora são gigantes...
No meu presente tenho uma cidade que não me conhece, porque não me apresentei ainda, uma... aliás uma infinidade de responsabilidades que me asfixiam, estradas que me afastam.
Tenho neste presente a cultura do século XXI onde a robótica domina cada vez mais: a criação dos descendentes tende a ser mecanica e por catalogo brevemente; as sensações e emoções foram consideradas por alguns cientistas o mal do homem, estando estes a tentar isola-las e domina-las.
O que nos distinguirá dos animais num presente próximo???
Seremos mecânicos e nem sequer poderemos ceder aos estímulos e as emoções essas serão seriadas, introduzidas de forma ajustada e com impossibilidade de falhas.. Bem pelo menos jamais teremos confusões interiores e de emoções.
Ora mas se a arte, a música e a poesia são fruto de insconstâncias emocinais..estamos pois nos finais da arte que define a humanidade e exala a sua grandiosidade... Seremos abelhas coordenadas sabiamente mas sem prol própria ou motivação individual e quando a máquina robótica tiver "virus2 seremos óbitos em consequência da queda dessa nossa futura abelha mestra...
O resto do nosso futuro (humanidade) será condicionado de forma inconsciente e devastadora.
No meu presente e no meu futuro ainda não serei robotizada. Ante isso poderei referir que o meu presente ainda é de espírito renascentista onde a observação do mundo lá fora, a criação mental e a experimentação, errática ou não, serão o embrião do meu futuro.
No meu presente navego e vageio por pensamentos livres, pulo de nuvem em nuvem,a galope ou voando pelas minhas ambições, desejos e sonhos que definem o caminho que vou trilhando para o resto do meu futuro.

22/03/2010

Tudo o que não quero largar...

A vida é tudo o que não quero largar mas parece tão vã.
Não quero largar aquilo que sou, que penso, que sinto, o que me defini...não seria eu..mas sim a morte da autenticidade do eu sobre o plano supérfulo de uma imagem sem significado e mesmo sem significância...
Bem ou Mal quero ser o eu de sempre...a menina vagueante e sonhadora; a busca incessante de verdades que parecem impossíveis.
Gosto de gostar de Fernando Pessoa,encantar-me com um vislumbramento arquitectónico, ambiental,citadino ou rural; de tropeçar na rua por distracção; esquecer as chaves de casa.
Perder-me é algo que me acontece regularmente, mas o melhor de andar perdido é não saber o que iremos encontrar no caminho ...
A sociedade anda de facto perdida, perdida na ganância, na perda de afectos, na escuridão de faces duras que encaram as ruas pela calçada portuguesa...olhando sempre muito em baixo.Somos definitivamente os escravos acorrentados, de olhar fixo no chão e sem querer ver o redor e os outros.
Existem pessoas que trabalham, vivem no lar ao fim do dia, convivem com a televisão e são felizes, será viver?
Existem Pessoas que vivem a dualidade, vidas duplas: boas donas de casa, mulheres encantadoras, muito convictas, divertidas e inteligentes, criticantes da baixa de valores, sendo nas horas vagas aspirantes a sensações intensas, picarias frásicas,encontros pouco valorizados e tudo sem sentimento, o que mexe é a adrenalina e são felizes.
Existem pessoas que simplesmente não conhecem a realidade, a beleza, vivem na inércia e sentem-se felizes.
Eu sou uma consumidora de sentimentos, vivo-os com intensidade, sou fiel a eles, aos sentimentos. Sou louca quando deliro com música e dança, quando penso o inóspito.Sou descrençada pela sociedade quando fujo ou falo as "felicidades" dos outros.
Sou uma mera folha esvoaçando de dilema em dilema quando queria meramente pensar e viver na minha folia de sentimentos. Sem que temessem, sem que se ofedessem com as minhas trilhas que a mim e só a mim me doiem...e que cicatrizo com os meus pensamentos loucos, as minhas poéticas erráticas, o meu wisky, a minha noite, a minha euforia, a minha tristeza, as certezas seguidas de incertezas...
O medo que me torna só...
Sentada no soalho de madeira vejo-me no espelho, reflecte o físico de uma mulher de alma...não é pura, não é ideal mas não vale menos que a da sociedade.
Encontro-me com a certeza que não sou uma ausência de qualidades.
Sou eu, bem ou mal sou eu, e tenho a minha razão de ser e existir.
Tento nesta cruzada limar o meu eu com uma linearilade constante e persistente que me define a minha "grandeza". A linearidade do sentimento...
Não se ensina ou dá amor sem o sentir, não se dá verdade sem a aceitar..
Eu aceito-me e encontro-me comigo sem receios...
Não sou perfeita, mas a perfeição que abunda na sociedade são "pavões", pavoneantes...

21/03/2010

Apetece-me

Ambrósio apetece me algo...

Um chocolate quente, uma manta no chão da sala, uns bons filmes, uma conversa fervilhante e um aconchego...

19/03/2010


HÁ uma causa para todas as respostas, há uma causa para todas as atitudes, há uma causa para se viver...há uma causa para a forma dos nossos corações.

Sting - Shape of my heart

:)

18/03/2010

O post anterior levou-me assim num ápice à palavra "quero"...
Isto do querer é algo quase bizarro e implacávelmente doloroso...
Enquanto crianças queremos rebuçados, teimamos ao querer um objecto, que por qualquer razão não podemos utilizar....e então fazemos a comum Birra. Esse monstro verde, que a OQO já tornou em conto infantil para ajudar os pais na demanda contra a BIRRA...
Na adolescência...queremos saber tudo, definirmo-nos e andamos loucos a experimentar todas as sensações na convicção de que assim seremos adultos mais rapidamente...
Pois o nosso infortúnio começa na adultez...quando percebemos que nunca saberemos tudo, nunca saberemos quem somos, pois somos como as pedras: vamos-nos limando e transformando ao longo da encosta tenebrosa que descemos...
Sabemos que já temos posse sobre, já decidimos sobre, já sabemos o que queremos...mas que não podemos ter o que queremos...
Isso revolta-me...eu não quero futilidades materias mas queria sensações...com elas sinto -me viva...
Quero viver...por isso quero sentir-me viva..
Quando nos tornamos adultos já não temos os pais a ditar condições, não temos a falta de conhecimeto da adolescência....mas temos a sociedade a impelir, a conduzir...temos padrões de conveniência a respeitar...balelas pá.
Logo deixamos de querer e de lutar pelo que queremos e nos faria sentir vivos...então vem o conhecimento da palavra Adaptação...Passamos o tempo ocupados em adaptarmo-nos às mais variadas coisas: à comida do parceiro, ao colchão novo que compramos,ao caminho de retorno do trabalho, à nova cidade, ao não, ao talvez e até ao sim, às decisões tomadas pelo foro do Padrão e não do coração....
Existem de facto coisas que não devemos querer, mas desistir do sentido da nossa vida por padrões e facilitismos...parece-me desistir de nós.
Como me disse um amigo meu é uma questão de balanceamento de questões...Pois talvez...

O amanhã...está quase


Hoje apraz -me vaguear pelo amanhã como o desejo do que se quer, como o futuro que se pronunciará, como mais um dia para se conformar, para esquecer talvez...Cada pessoa e sua vivência levam e vivem o amanhã da sua forma...
O amanhã como esperança, o amanhã como alento aos desalentados, ou como mais um dia para o tempo fazer os seus milagres...
No mundo, o amanhã é mais um dia de azáfama, de trabalhos, guerras, gentes na assembleia ditando o amanhã, gente na Igreja acreditando no amanhã...
Eu quero o amanhã...e ele está quase... vislumbrarei a aurora depois desta brisa nocturna e já estarei lá. O amanhã que eu quero....

17/03/2010

Pois que sim o serão, a noite que irrompe são me espaços temporais muito aprazíveis.Não por aquela sensação de vago e indefinido, onde de facto também me sinto bem... Mas a penumbra nocturna tem o poder benevolente de me embalar em meditações, encruzilhadas interrogativas ou em simples prazeres estáticos...A inactividade física que me promove a criatividade.
Há quem pergunte onde pára a criatividade?A minha pára na noite, encostada ao parapeito da janela,olhando o céu e fumegando males para o corpo,é certo,mas delírios de conforto para a alma.
Ela é esplêndida sem acompanhamento algum, mas como uma degustação pede um bom vinho...esta minha noite pediu uma música....

Goo Goo Dolls - Before it's too late

11/03/2010

Com três dias de sol e a circunstância já se torna mais clarividente.
A ausência já se permite confortada.Já não está frio de mais para me sentir...
Lisboa volta a ser uma cidade de esquinas, um atropelo de culturas e diálogos em cruzamento, uma agitação solarenga.
Já esqueci a imagem esbatida no frio do carro, a cor ocre e cinza, difusa e ensombrada, pintada por luzes vermelhas e traços oblíquos de lágrimas permanentes e cristalinas. Imagem que me fazia pensar como será horrível viver na capital inglesa, em choro divino permanente.
Sempre é melhor estar aqui do que noutros e outros lugares onde se poderia estar....

10/03/2010

O medo faz-nos só,
Mas está frio de mais para me sentir...

Benefício do Pêndulo

Quando pensamos, pensamos mal,
Quando meticulamos, fazêmo-lo mal,
Quando projectamos, pensamos
e se pensamos, pensamos mal.

A alma é intrínseca ao pensamento,
logo se pensar é pensar mal,
"almar" é fazê-lo mal.

Sentimos porque pensamos
Se pensamos, pensamos mal,
por isso
o sentir é um mau sentir.

Desejamos quando não pensamos
mas ainda assim
desejamos porque a alma deseja
e se "almar" é mau,
logo desejar é mau.

Se o pensar, o ter alma e o desejar
é fazê-lo mal!
Porque tem a condição humana de fazê-lo?
Porque ligamos a pessoa a um espírito?
E esse espírito interpõe a existência de alma e de mal?
Porque o transcendente, um dia, nos impeliu o mal
e se esqueceu de mostrar o Bem?

O Bem estará no não mal
assim encontra-se o Bem
não na alma, nem no pensamento, nem no desejo.
Onde se encontra então?
Onde está o Bem na pessoa?

Pessoa e Bem unem-se na calma do ar.
Talvez o Bem esteja para a pessoa,
Como o ar.
Sem atitude mas omnipresente,
tornando-se mal
quando o vento o manifesta.

Será essa a essência do Bem?
Só se manifesta quando não há atitude.
E quando o vento da alma e do pensamento incorre
há necessária e fatalmente ocorrência do mal.

A pessoa vive na dualidade
da operância e da passividade.
sendo a primeira infortunadamente
uma expressão de mal.

A passividade promove a omnipresença do bem
mas a negação de uma existência
Não existir é não ser pessoa.
Como pode a pessoa não existindo,
ser o Bem,se o Bem
implica atitude altruísta.

É difícil, é complicado
e com isto já a pessoa volta a pensar,
a expressar o mal!

A passividade origina abdicação,
a abdicação implica a ausência,
a ausência implica a não vida
e a não vida não se coado-na com o bem.

Qual é o significado da pessoa e do viver?

A passividade não o será.

Há um intervalo onde ela se poderá adaptar
O intervalo entre o ser e o não ser,
é indefinido logo não o penso,
é desconhecido logo não o "almo"
é insensível logo não o desejo.

Sim viver no meio,
pendurado no pêndulo,
que ora é ora não é.

09/03/2010

Tenho vontade de soprar e ver-te voar ...

Um Compasso quartenário e sinto-me feliz

Descalcei-me das pedras enfadonhas do dia...subi as escadas do teatro e percorri o sotão até mirar a grande espelho.
A musica, a dança, enfim a arte em geral sempre foi o grande descompressor. Estou cada vez mais ciente de que se trata do verdadeiro caminho para a felicidade e para a verdade. Será por meio deste que sairei das sombras da "Alegoria da Caverna" e conhecerei o que realmente importa nesta vida mediocre e repleta de superficialidade.
Ouve se salsa, a dança desmesurada e arrebatadora de um povo reprmido que adquire a sua alegria no contorno de enlaces perfeitos, contactos corporais intensos e onde a agitação da melodia os eleva num estado de zen, se o relacionássemos com o mundo oriental. Diria também que fazem nas ruas de Cuba grandes manifestações de delirio saudável, tal como na época clássica o faziam as ninfas domadas pelas inspirações dionisicas.
Enfim começa a aula...a salsa danca-se num compasso quartenário e a frase faz-se de dois quartenários..tudo o resto é condução...conduzem e nós mulheres delizamos pela sala numa efusiva excitação e tudo o resto se difunde...que sensação de elevação...
Para quando uma condução certeira para esta vida ...

Quando o dia passa sobre o dia, se atropela sem real conceito, quase uma devastadora destruição...causada por um qualquer terramoto interior e fulminando e assustando com a previsão de um tsunami..a natureza com a sua verdade devastadora que reflecte a condição sensível a frágil desta vida cansada que levo...

As árvores aqui não se despem no Inverno,
Mantém-se perpétuas,
Engrandecidas na sua robustez,
Os órgãos não ululam hoje, ouvem-se finamente.
Uma melodia rasgada pelas asas das aves
Que esvoaçam e cortam de rasgos negros o céu azul.
O vento não corta a face,
E a sombra encara a realidade.
Coloquei-me ao sol ...
Esperava as árvores despidas, as aves quietas
a envolvência diferente...
Não a encontrei assim...
Está paralela...com cores diferentes,
tons mais decididos e frios
verdes e castanhos esbatidos num chão cru.
Domina o frio interrompido por notas quentes
de um sol alto de inverno...
Voltarei na Primavera para ver a mudança,
E Esperar por essa mudança
dentro de mim.
Olhar o lago e a reflexão de uma imagem risonha,
rasgada e florida.
O desenho de uma circunstância povoada de alegrias e calmias.