10/03/2010

Benefício do Pêndulo

Quando pensamos, pensamos mal,
Quando meticulamos, fazêmo-lo mal,
Quando projectamos, pensamos
e se pensamos, pensamos mal.

A alma é intrínseca ao pensamento,
logo se pensar é pensar mal,
"almar" é fazê-lo mal.

Sentimos porque pensamos
Se pensamos, pensamos mal,
por isso
o sentir é um mau sentir.

Desejamos quando não pensamos
mas ainda assim
desejamos porque a alma deseja
e se "almar" é mau,
logo desejar é mau.

Se o pensar, o ter alma e o desejar
é fazê-lo mal!
Porque tem a condição humana de fazê-lo?
Porque ligamos a pessoa a um espírito?
E esse espírito interpõe a existência de alma e de mal?
Porque o transcendente, um dia, nos impeliu o mal
e se esqueceu de mostrar o Bem?

O Bem estará no não mal
assim encontra-se o Bem
não na alma, nem no pensamento, nem no desejo.
Onde se encontra então?
Onde está o Bem na pessoa?

Pessoa e Bem unem-se na calma do ar.
Talvez o Bem esteja para a pessoa,
Como o ar.
Sem atitude mas omnipresente,
tornando-se mal
quando o vento o manifesta.

Será essa a essência do Bem?
Só se manifesta quando não há atitude.
E quando o vento da alma e do pensamento incorre
há necessária e fatalmente ocorrência do mal.

A pessoa vive na dualidade
da operância e da passividade.
sendo a primeira infortunadamente
uma expressão de mal.

A passividade promove a omnipresença do bem
mas a negação de uma existência
Não existir é não ser pessoa.
Como pode a pessoa não existindo,
ser o Bem,se o Bem
implica atitude altruísta.

É difícil, é complicado
e com isto já a pessoa volta a pensar,
a expressar o mal!

A passividade origina abdicação,
a abdicação implica a ausência,
a ausência implica a não vida
e a não vida não se coado-na com o bem.

Qual é o significado da pessoa e do viver?

A passividade não o será.

Há um intervalo onde ela se poderá adaptar
O intervalo entre o ser e o não ser,
é indefinido logo não o penso,
é desconhecido logo não o "almo"
é insensível logo não o desejo.

Sim viver no meio,
pendurado no pêndulo,
que ora é ora não é.

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