18/03/2010

O post anterior levou-me assim num ápice à palavra "quero"...
Isto do querer é algo quase bizarro e implacávelmente doloroso...
Enquanto crianças queremos rebuçados, teimamos ao querer um objecto, que por qualquer razão não podemos utilizar....e então fazemos a comum Birra. Esse monstro verde, que a OQO já tornou em conto infantil para ajudar os pais na demanda contra a BIRRA...
Na adolescência...queremos saber tudo, definirmo-nos e andamos loucos a experimentar todas as sensações na convicção de que assim seremos adultos mais rapidamente...
Pois o nosso infortúnio começa na adultez...quando percebemos que nunca saberemos tudo, nunca saberemos quem somos, pois somos como as pedras: vamos-nos limando e transformando ao longo da encosta tenebrosa que descemos...
Sabemos que já temos posse sobre, já decidimos sobre, já sabemos o que queremos...mas que não podemos ter o que queremos...
Isso revolta-me...eu não quero futilidades materias mas queria sensações...com elas sinto -me viva...
Quero viver...por isso quero sentir-me viva..
Quando nos tornamos adultos já não temos os pais a ditar condições, não temos a falta de conhecimeto da adolescência....mas temos a sociedade a impelir, a conduzir...temos padrões de conveniência a respeitar...balelas pá.
Logo deixamos de querer e de lutar pelo que queremos e nos faria sentir vivos...então vem o conhecimento da palavra Adaptação...Passamos o tempo ocupados em adaptarmo-nos às mais variadas coisas: à comida do parceiro, ao colchão novo que compramos,ao caminho de retorno do trabalho, à nova cidade, ao não, ao talvez e até ao sim, às decisões tomadas pelo foro do Padrão e não do coração....
Existem de facto coisas que não devemos querer, mas desistir do sentido da nossa vida por padrões e facilitismos...parece-me desistir de nós.
Como me disse um amigo meu é uma questão de balanceamento de questões...Pois talvez...

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