05/11/2009

Hoje o vento bate-me na face,
ondula-me os cabelos,
ganhando asas moderadas,
de quem contudo,
não foge ao que lhe pertence.
Volto a sentir,
mais que não seja,
este ar que se manifesta.
Embalada pelas árvores,
que para mim, hoje,
são catedrais,
ecoando nos seus orgãos,
magistrais melodias,
puras mas fortes.
Esta existência certa,
que inactivamente temos.
O lago é o espelho da circunstância,
que aqui se define pelo verde musgo,
amarelecido de uma outono que se faz chegar.
Mas ainda quente, muito quente...
Quente como o meu coração,
ventoso como a minha mente,
seco como a minha saudade.
Neste lago que descreve
a circunstância de quem nele se reflecte.
Ai dói, dói,
Dói este vento que bate na face,
este som que quer embalar,
esta pureza forte e irritante.

Sem comentários: