22/03/2010

Tudo o que não quero largar...

A vida é tudo o que não quero largar mas parece tão vã.
Não quero largar aquilo que sou, que penso, que sinto, o que me defini...não seria eu..mas sim a morte da autenticidade do eu sobre o plano supérfulo de uma imagem sem significado e mesmo sem significância...
Bem ou Mal quero ser o eu de sempre...a menina vagueante e sonhadora; a busca incessante de verdades que parecem impossíveis.
Gosto de gostar de Fernando Pessoa,encantar-me com um vislumbramento arquitectónico, ambiental,citadino ou rural; de tropeçar na rua por distracção; esquecer as chaves de casa.
Perder-me é algo que me acontece regularmente, mas o melhor de andar perdido é não saber o que iremos encontrar no caminho ...
A sociedade anda de facto perdida, perdida na ganância, na perda de afectos, na escuridão de faces duras que encaram as ruas pela calçada portuguesa...olhando sempre muito em baixo.Somos definitivamente os escravos acorrentados, de olhar fixo no chão e sem querer ver o redor e os outros.
Existem pessoas que trabalham, vivem no lar ao fim do dia, convivem com a televisão e são felizes, será viver?
Existem Pessoas que vivem a dualidade, vidas duplas: boas donas de casa, mulheres encantadoras, muito convictas, divertidas e inteligentes, criticantes da baixa de valores, sendo nas horas vagas aspirantes a sensações intensas, picarias frásicas,encontros pouco valorizados e tudo sem sentimento, o que mexe é a adrenalina e são felizes.
Existem pessoas que simplesmente não conhecem a realidade, a beleza, vivem na inércia e sentem-se felizes.
Eu sou uma consumidora de sentimentos, vivo-os com intensidade, sou fiel a eles, aos sentimentos. Sou louca quando deliro com música e dança, quando penso o inóspito.Sou descrençada pela sociedade quando fujo ou falo as "felicidades" dos outros.
Sou uma mera folha esvoaçando de dilema em dilema quando queria meramente pensar e viver na minha folia de sentimentos. Sem que temessem, sem que se ofedessem com as minhas trilhas que a mim e só a mim me doiem...e que cicatrizo com os meus pensamentos loucos, as minhas poéticas erráticas, o meu wisky, a minha noite, a minha euforia, a minha tristeza, as certezas seguidas de incertezas...
O medo que me torna só...
Sentada no soalho de madeira vejo-me no espelho, reflecte o físico de uma mulher de alma...não é pura, não é ideal mas não vale menos que a da sociedade.
Encontro-me com a certeza que não sou uma ausência de qualidades.
Sou eu, bem ou mal sou eu, e tenho a minha razão de ser e existir.
Tento nesta cruzada limar o meu eu com uma linearilade constante e persistente que me define a minha "grandeza". A linearidade do sentimento...
Não se ensina ou dá amor sem o sentir, não se dá verdade sem a aceitar..
Eu aceito-me e encontro-me comigo sem receios...
Não sou perfeita, mas a perfeição que abunda na sociedade são "pavões", pavoneantes...

1 comentário:

Anónimo disse...

Sera que é preciso largar? Ou sera que temos de lutar por aquilo que realmente somos? A sociedade sempre foi e sera injusta,porque muitas pessoas se esconde por detraz de uma mascara mas na realidade não são aquilo que fazem crer aos olhos dos mais proximos. São sim um vazio de sentimentos, um bau de mentiras, que pensam que so com as aparencias conseguem subir na vida e esquecem todos os valores que os seus pais e avos lhe transmitiram.
Por isso Patricia não deixes de sonhar " como alguem disse um dia O SONHO COMANDA A VIDA" de acreditares e de viveres a vida da tua forma.
Ninguem é perfeito, porque a perfeição é a maior imperfeição do ser humano.